terça-feira, 18 de março de 2014

Minha menina... minha gatinha!


O ser humano é um poço infinito de possibilidades, somos movidos pelo desejo, pelo querer, pelo sonhar. Cada um de nós encontra uma maneira de viver... Eu sempre fiz mil questionamentos para meus desejos, sempre foram insanos, loucos, diferentes... Por isso sempre me considerei “a diferente”, aquela que não se encaixava dentro das possibilidades ditadas pela sociedade, o tal do “politicamente correto”, estudos, pesquisas e encontro o universo BDSM, submissa é como me defino. Desde que comecei a servir ao Dono meu, barreiras foram quebradas, limites vencidos... O Dono conhece a posse que tem e então, sugere que eu tenha uma menina minha... ops!! Como assim? Pensei comigo mesma, Ele não deve estar falando sério, sou sub como cuidar de outro ser?
Mais estudo, desta vez pesquisa sobre os switchers, aquele que deseja tanto servir quanto ser servido, dominar e ser dominado... Pensei: “Isso não é pra mim, não cuido nem de mim direito imagina de outro alguém...” rsrsrs. E é ai que Lorde com toda paciência vai desfazendo meus conceitos errados, mostra que há em mim o desejo adormecido, que sou uma menina má. Aceito o desafio e subo mais um degrau, momento de muito estudo, mas o que será de uma pessoa que tem somente a teoria? Será como um livro esquecido, cheio de conhecimento, mas sem uso... Mais um passo, buscar uma menina que deseje ser MINHA, que não confunda o fato de eu ter um DONO, o mesmo não será o dela, que a Dona dela será EU, que aceite viver uma relação a três. Essa foi a parte mais difícil, pois a grande maioria busca “romace” e não treinamento, um adestramento de verdade feito de vida a vida.
O tempo vai passando, conversas, meninas... desilusões, Dono meu sempre me apoiando e ajudando em tudo. Meses se passam, até que...
Um anjo...
Assim apareceu a menina Sayuri, determinada, destemida, ávida por informações e aprendizados... Há tanto dela mim, que fico até surpresa, isso fez com que fosse mais “fácil” de ler e interpretar os desejos dessa menina... O desejo em mim de tê-la como posse cresce a cada dia, a cada conversa. E mais uma vez o tempo passa...
Marcamos para nos conhecer pessoalmente, sou olfato, gosto do contato, e sabia que não poderia dominá-la se não existisse química em nossos corpos. O dia chega, e fico surpresa com a minha tranquilidade, parece que nasci pra guiar... Onde estava esse desejo? Perdido! E foi encontrado pelo DONO meu, serei eternamente grata por isso, e jamais esquecerei aquele que me fez acreditar em mais.
A menina chega, sinto o nervosismo nela, mas o encontro flui normalmente... Ela vai ficando a vontade, se solta e sinto a energia positiva em nós, a química que eu desejava. Nesse dia ela aceita carregar o meu nome, usar minha coleira! Volto para casa feliz, mas ao mesmo tempo consciente de que guiar requer muita responsabilidade.
Primeira sessão...
Desde o início, há entre mim e Sayuri uma sinergia muito boa, e é naturalmente que tudo flui entre nós, assim como a primeira sessão.
Engraçado, durante todo o processo: conversar virtualmente, encontro real, colocar coleira, eu estive tranquila, serena, mas uns dias antes da primeira sessão, um pequeno surto (acho que posso chamar assim) apareceu em minha mente... Medo? Sim, de não saber reconhecer os sinais, de assustar, entre tantos outros pensamentos. Mais uma vez DONO meu é de suma importância, pois Ele me guia nesse processo, mais uma vez... e guiará sempre. As palavras Dele penetram em meu coração e encontro o equilíbrio.
Quando fiz um trabalho acadêmico sobre BDSM, minha amiga Cind falou uma frase que ficou gravada no meu ser: “Um Dominador é aquele que antes de tudo domina a si mesmo, domina seus instintos, seus desejos, e um submissa é aquela que tem determinação”.
“O poder de dominar, é tentador” (Capital Inicial – Fogo)
O momento da sessão chega, e nesse momento estou serena, compenetrada e convicta que isso era o que estava faltando, o dominar. Gosto de provocar o prazer da dor, acompanhar o movimento, o som do estalar do chicote na pele da menina que por vontade própria escolheu os meus pés para estar, permanecer, ficar... é algo indescritível, a pele vermelha, o sexo desejando mais... Calor, sede, fome. Eu já tinha decidido que não seria uma sessão pesada, pois como aprendi com o DONO a mente deseja marcas, mas o corpo nem sempre estar preparado para tal ação, fui branda (mais que desejei confesso, e aqui entrou o dominar a mim mesma).
Minha gatinha...
A menina está cansada, quer dormir, mas surge em mim um desejo: Tê-la como gata, minha gata! Ordeno que ela se caracterize de gatinha, maquiagem, rabo, orelha... Faço-a beber água no potinho, de quatro, momento mágico é lindo ser Dona de pet, ouvi-la miar e se esfregar em minha perna, momento leve, mas de pura entrega e cumplicidade...
Esse é somente o início, há muito para acontecer, novas sensações, desejos, encontros, sessões... Afinal, somos infinitos quanto àquilo que podemos fazer, e o BDSM é um universo cheio de possibilidades, basta que exista uma pessoa para servir e outra para guiar. E eu? Encontro-me no meio dessas duas possibilidades, sirvo ao DONO e guio minha menina, encontrei um lugar onde eu posso ser eu mesma, imperfeita, mas feliz por ser serva de Lorde Sandman, e Dona de Sayuri.


Shikomi Sakura De Lorde Sandman