O ser humano é um poço infinito
de possibilidades, somos movidos pelo desejo, pelo querer, pelo sonhar. Cada um
de nós encontra uma maneira de viver... Eu sempre fiz mil questionamentos para
meus desejos, sempre foram insanos, loucos, diferentes... Por isso sempre me
considerei “a diferente”, aquela que não se encaixava dentro das possibilidades
ditadas pela sociedade, o tal do “politicamente correto”, estudos, pesquisas e
encontro o universo BDSM, submissa é como me defino. Desde que comecei a servir
ao Dono meu, barreiras foram quebradas, limites vencidos... O Dono conhece a
posse que tem e então, sugere que eu tenha uma menina minha... ops!! Como
assim? Pensei comigo mesma, Ele não deve estar falando sério, sou sub como
cuidar de outro ser?
Mais estudo, desta vez pesquisa
sobre os switchers, aquele que deseja tanto servir quanto ser servido, dominar
e ser dominado... Pensei: “Isso não é pra mim, não cuido nem de mim direito
imagina de outro alguém...” rsrsrs. E é ai que Lorde com toda paciência vai desfazendo
meus conceitos errados, mostra que há em mim o desejo adormecido, que sou uma
menina má. Aceito o desafio e subo mais um degrau, momento de muito estudo, mas
o que será de uma pessoa que tem somente a teoria? Será como um livro
esquecido, cheio de conhecimento, mas sem uso... Mais um passo, buscar uma
menina que deseje ser MINHA, que não confunda o fato de eu ter um DONO, o mesmo
não será o dela, que a Dona dela será EU, que aceite viver uma relação a três.
Essa foi a parte mais difícil, pois a grande maioria busca “romace” e não
treinamento, um adestramento de verdade feito de vida a vida.
O tempo vai passando, conversas, meninas...
desilusões, Dono meu sempre me apoiando e ajudando em tudo. Meses se passam,
até que...
Um anjo...
Assim apareceu a menina Sayuri,
determinada, destemida, ávida por informações e aprendizados... Há tanto dela
mim, que fico até surpresa, isso fez com que fosse mais “fácil” de ler e
interpretar os desejos dessa menina... O desejo em mim de tê-la como posse
cresce a cada dia, a cada conversa. E mais uma vez o tempo passa...
Marcamos para nos conhecer
pessoalmente, sou olfato, gosto do contato, e sabia que não poderia dominá-la
se não existisse química em nossos corpos. O dia chega, e fico surpresa com a
minha tranquilidade, parece que nasci pra guiar... Onde estava esse desejo?
Perdido! E foi encontrado pelo DONO meu, serei eternamente grata por isso, e
jamais esquecerei aquele que me fez acreditar em mais.
A menina chega, sinto o
nervosismo nela, mas o encontro flui normalmente... Ela vai ficando a vontade,
se solta e sinto a energia positiva em nós, a química que eu desejava. Nesse
dia ela aceita carregar o meu nome, usar minha coleira! Volto para casa feliz,
mas ao mesmo tempo consciente de que guiar requer muita responsabilidade.
Primeira sessão...
Desde o início, há entre mim e
Sayuri uma sinergia muito boa, e é naturalmente que tudo flui entre nós, assim
como a primeira sessão.
Engraçado, durante todo o
processo: conversar virtualmente, encontro real, colocar coleira, eu estive
tranquila, serena, mas uns dias antes da primeira sessão, um pequeno surto (acho
que posso chamar assim) apareceu em minha mente... Medo? Sim, de não saber
reconhecer os sinais, de assustar, entre tantos outros pensamentos. Mais uma
vez DONO meu é de suma importância, pois Ele me guia nesse processo, mais uma vez...
e guiará sempre. As palavras Dele penetram em meu coração e encontro o equilíbrio.
Quando fiz um trabalho acadêmico sobre
BDSM, minha amiga Cind falou uma frase que ficou gravada no meu ser: “Um
Dominador é aquele que antes de tudo domina a si mesmo, domina seus instintos,
seus desejos, e um submissa é aquela que tem determinação”.
“O poder de dominar, é tentador”
(Capital Inicial – Fogo)
O momento da sessão chega, e nesse
momento estou serena, compenetrada e convicta que isso era o que estava
faltando, o dominar. Gosto de provocar o prazer da dor, acompanhar o movimento,
o som do estalar do chicote na pele da menina que por vontade própria escolheu
os meus pés para estar, permanecer, ficar... é algo indescritível, a pele
vermelha, o sexo desejando mais... Calor, sede, fome. Eu já tinha decidido que
não seria uma sessão pesada, pois como aprendi com o DONO a mente deseja
marcas, mas o corpo nem sempre estar preparado para tal ação, fui branda (mais
que desejei confesso, e aqui entrou o dominar a mim mesma).
Minha gatinha...
A menina está cansada, quer
dormir, mas surge em mim um desejo: Tê-la como gata, minha gata! Ordeno que ela
se caracterize de gatinha, maquiagem, rabo, orelha... Faço-a beber água no
potinho, de quatro, momento mágico é lindo ser Dona de pet, ouvi-la miar e se
esfregar em minha perna, momento leve, mas de pura entrega e cumplicidade...
Esse é somente o início, há muito
para acontecer, novas sensações, desejos, encontros, sessões... Afinal, somos
infinitos quanto àquilo que podemos fazer, e o BDSM é um universo cheio de
possibilidades, basta que exista uma pessoa para servir e outra para guiar. E
eu? Encontro-me no meio dessas duas possibilidades, sirvo ao DONO e guio minha
menina, encontrei um lugar onde eu posso ser eu mesma, imperfeita, mas feliz
por ser serva de Lorde Sandman, e Dona de Sayuri.
Shikomi Sakura De Lorde Sandman